Ariela Bueno e sua busca sincera entre luz e sombra

Mais nova fotógrafa retratada na série mensal da nossa Mari Cobra, a jovem artista é também atriz e tira da expressão dos corpos as mensagens de suas imagens

25.09.2019  |  Por: Mari Cobra

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Ariela Bueno e sua busca sincera entre luz e sombra

Foto: Ariela Bueno

Conheci a Ariela Bueno há alguns anos exatamente porque compartilhamos o amor pela fotografia. Seu jeito quieto e doce esconde a profundidade de seus sentimentos, todos eles impressos em cada frame de seu trabalho. Sinto o  pulsar das suas fotos em cada grão preto e branco, mesmo quando as fotos são digitais. Ela nasceu no interior de São Paulo em 1985, formou-se em artes cênicas em 2006 e em seguida começou a desenvolver a fotografia.

Atualmente trabalha como fotógrafa still em cinema. Participou de Marighella, PS!, Rua Augusta, Mulheres Alteradas, Talvez Uma História de Amor, entre outros, e desenvolve ensaios autorais. Teve publicações no IGNANT (Berlim), PhotoVogue (“The Best Photo”, Itália), Museo Nacional de la Fotografia de Colombia (portfólio/mês), PBMAGAZINE (Brasil), Iphoto (“Melhor Foto do Ano”, Brasil).

No set já compartilhamos ideias e confesso que sempre fico de olho pra ver o que tem na sua foto que passou batido ao meu olhar. Recomendo muito a experiência de desvendar suas imagens.

Como você começou a fotografar?
Comecei a desenvolver a fotografia logo após me formar como atriz. Quando sentia falta do palco e usava a linguagem da fotografia para suprir essa ausência. Minha série de autorretratos iniciei nessa época. Foi bacana, porque passei a observar o mundo de uma outra maneira.

Como é seu processo criativo?
Não tenho um método específico. Quando vou fotografar uma pessoa ou objeto procuro sentir a energia que envolve aquele momento, aquela pessoa ou objeto. Pra mim sempre existe um diálogo com o que estou fotografando, é sempre uma troca. E não é somente com pessoas mas também as sombras, paisagens…
Quando estou fotografando pessoas gosto de dar muita liberdade, acho que o legal é ela curtir  o momento, se sentir à vontade pra valer. Acho a energia muito importante.

E as inspirações, vêm de onde?
A vida me inspira, o tempo todo. Sinto que fotografando o outro estou sempre me descobrindo.

 O que é importante pra você na sua fotografia?
A verdade.

De qual projeto seu você tem mais orgulho?

Acho que tenho orgulho de todos. Cada um nasceu da necessidade de dizer algo num momento específico. Mas se tiver que escolher um, é o projeto do autorretrato, porque foram muitos anos desenvolvendo.

 

Mari Cobra é diretora, roteirista e fotógrafa. Com um olhar característico para a potência feminina, seu trabalho retrata a beleza em sua essência. Além do documentário Nosso Sangue Nosso Corpo, é também autora do projeto Divinas, série de fotos analógicas dedicada a retratar a beleza de mulheres latino-americanas fora do padrão imposto pela sociedade

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