Sabe aquele livro do bebê? Datou!

Adequado aos novos tempos, 'Meu Primeiro Livro' é um diário que não diferencia os pequenos por gênero e respeita todos os formatos de família

04.05.2018  |  Por: Lia Bock

image
Sabe aquele livro do bebê? Datou!

Que família não é só aquela composta por papai, mamãe e filhinhos a gente já sabe, correto? Existem famílias com duas mães, com dois pais, com uma mãe e uma rede de madrinhas e padrinhos, com dois pais e uma mãe e por aí vai. Sabemos também que família não é sinônimo de consanguinidade, de “cara de um, focinho de outro” e tudo o que passa pela hereditariedade genética. Família é amor, família é escolha, família é a gente que faz.

Por isso, tudo o que nos oferece caixinhas prontas com nomes como mamãe e papai ou nos empurra a tal árvore genealógica como se fosse a coisa mais elementar do universo está velho, datado. Faz parte de um mundo que, se ainda não deixamos, devemos nos esforçar com afinco para deixar pra trás.

É aqui que entra o Meu Primeiro Livro, também chamado de diário do bebê, e que muitos de nós temos (ou fazemos), só que agora ele tem os dois pés cravados no século 21. Sim, é aquele livro que a gente vai preenchendo com informações, gracinhas, mechas do cabelo e fotos das crianças. Só que, diferente de tudo que existe no mercado brasileiro hoje, este livro não separa as crianças por gênero – rosa e azul estão lá, assim como o amarelo, o verde e todas as outras cores. Ele também não exclui os diversos tipos de família, aquelas que deram um banho de frescor nos nossos velhos conceitos.

Claro que não foi uma tarefa fácil. Não colocar a palavra gravidez em evidência num livro do bebê é um desafio, mas tem muita mãe por aí que nunca ficou grávida e, tenham certeza, são tão mães como qualquer outra. Substituímos por “espera”. Papai e mamãe viraram apenas “nós”. E assim fomos criando um diário do bebê que, de forma delicada, põe em prática a palavra respeito.

Isso significa que pais e mães de famílias da antiga caixinha estão de fora? De jeito nenhum! Até porque aqui em casa é papai, mamãe e filhinhos (ou quase isso) e eu, como autora, quero botar esse livro na roda para as minhas meninas que chegam em breve. Outro aspecto importante deste livro é que ele não tem tema. A coisa mais rara hoje em dia é achar um “livro do bebê” que não tenha o Mickey, o Pequeno Príncipe, as princesas da Disney ou imagens de bebê louros e cegonhas rosas.

Meu Primeiro Livro foi cuidadosamente pensado e desenhado por três autoras (além de mim, minha irmã Julia Bock e a comadre Vanina Batista). Juntas temos muitos filhos e todos eles têm diários dos bebês. Mas como nasceram antes dessa ideia, o deles foi improvisado num caderno de páginas brancas. Praticamente um ato de rebeldia contra os modelos vendidos no mercado, que trazem desenhos questionáveis e frases religiosas ou motivacionais de sentido duvidoso.

O que eu quero dizer, meus amores, é que o nosso livro é lindo. O.k., sou suspeita, afinal, fui eu que fiz. Mas acredite, ele é simples, colorido e com ícones infantis que não restringem as pessoas por gênero.

E pra você que nem sabia que esse tipo de diário existia, taí um bom começo! Meu Primeiro Livro (oxalá) será mais um passo rumo ao total respeito à nova família brasileira. Onde encontrar? Saraiva, Amazon, Submarino, Americanas ou numa livraria perto de você!

Serviço:
Meu Primeiro Livro | Editora Fontanar (Companhia das Letras)
Autoras: Julia Bock, Lia Bock e Vanina Batista
Valor: R$59,90 (64 páginas, capa dura)

0 Comentários

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *