Se não vira amor, vira poema

Quando a gente escolhe estar com alguém precisa saber que está dando àquela pessoa a possibilidade de nos ferir. E tudo bem, alguns amores terminam com ponto final precoce

11.06.2019  |  Por: Maria Fernanda Figueiredo

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Se não vira amor, vira poema

Às vezes a gente tem vontade de gritar pra pessoa que ela não tem o direito de entrar na nossa vida quando bem entende, mudar tudo de lugar, sem critério, fazer nossa cabeça, trocar a senha do nosso coração e dali partir, assim, sem mais nem menos, como quem mal escolhe a sobremesa e já tá pagando a conta.

A notícia que trago dessa vez, porém, amigos, não é das melhores: sim, ela tem esse direito e ponto final. Ela tem todo o direito. Ponto e vírgula. O direito é inteiramente dela e, se, porventura, fosse de outra pessoa, talvez não lhe caberia tão bem quanto cabe a ela.

A vida é assim mesmo, sabe. As pessoas têm, por lei (e ainda), o direito de ir e vir, e ninguém deve satisfação a ninguém; não se cobrar é importante, mas não cobrar dos outros é necessário. Fundamental, eu diria. E as pessoas, elas são, muitas vezes, como o circo; vêm, nos encantam e vão embora. Excessivas exclamações aqui são facultativas.

Eu sei, incomoda, dói e até machuca inteiro – nesse caso, não se reprimam: o choro é livre, o luto é livre e a fossa também, desde que momentânea – mas ela está no seu direito e precisamos aceitar e respeitar isso. Direito esse que também é seu, caso você queira (e caso seja capaz, meu bem). E, olha, de nada adianta querer berrar mentiras em CAPS LOCK, esperar por pedidos de perdão cheios de pontuações incertas, se arrepender do tempo que gastou junto ou decidir negar aquela existência… Seguir em frente é preciso, e sentimento ruim nunca ajuda nesse caso.

Agradeçam pelas risadas e vírgulas trocadas, tirem alguma lição da experiência (anote num bloquinho), lembrem de alguma frase bem dita que lhe possa ser útil e fazer aquela história valer a pena (no pior dos casos, se não vira amor, vira poema).

Nem sempre é preciso veneno para cicatrizar uma ferida, acredite em mim e feche com sorriso esse parêntesis. 

Ninguém escolhe onde vai haver amor, nem quando vai deixar de amar. E quando a gente escolhe estar com alguém tem que saber que está dando àquela pessoa a oportunidade, ou melhor a possibilidade, de nos ferir – além de todo o resto. A escolha não é apenas de viver ou não aquela história, existem consequências em jogo desde o primeiro parágrafo e pelas quais não podemos (no último e borrado ponto final) nos queixar ou pior: jogar no colo do outro.

E, olha, não escutem os conselhos falhos daqueles que pouco sabem sobre o amor. Eles vão sempre querer te fazer crer que “dor de amor nunca mais”. Mas o que está por vir é o que mais importa quando um novo número assume o picadeiro. A vida sorri sem aviso prévio, e no amor é também assim. É da vida: uns vêm, outros vão, palhaços de circo ou não. Sigamos com sabedoria, maturidade e amor. Porque errado é não amar por conta do medo do ponto final.

 

Maria Fernanda é estudante de marketing, autora do livro Desculpe a Demora, Não Repare na Bagunça e viciada em criação de conteúdo. Acredita no amor, no sexo, na mulher, no zodíaco e no potencial de um futuro mais positivo

 

9 Comentários

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9 respostas para “Se não vira amor, vira poema”

  1. Manoela disse:

    FADA SENSATA que texto!!!!

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