Tamanho é documento: testamos a cinta com dildo

Expectativa, frustração e o sexo lésbico da vida real no relato de uma primeira vez

06.11.2018  |  Por: Equipe Hysteria

image
Tamanho é documento: testamos a cinta com dildo

Passei 32 anos da minha vida ficando exclusivamente com homens. Transar com mulheres nunca foi uma possibilidade real até o dia em que rolou um clima fortíssimo com uma colega do curso de tantra. Passamos uns dois meses flertando em encontros por acaso, até estarmos em uma festa regada a drinques. Naquela noite mesmo rolaram os primeiros beijos e o primeiro sexo lésbico da minha vida – e da vida dela também, diga-se. Nossa história virou amizade, mas daquele dia em diante, um novo mundo de possibilidades se abriu. Passei o ano seguinte ficando com bem mais mulheres do que homens, e descobrindo as maravilhas do sexo sem pau.

Eu não era experiente e confesso que de início nem passava pela minha cabeça a necessidade de usar um dildo. Mesmo meu vibrador eu só usava sozinha. Neste primeiro momento, não usei nenhum apetrecho extra com outras mulheres – e não sentia falta. Até chegar o carnaval e eu conhecer a pessoa mais maravilhosa do mundo. Lésbica desde os 19 anos, ela me deixou à vontade para amar e ao mesmo tempo ser a inexperiente que eu era. Comecei a tirar todas as minhas dúvidas.

Na terceira vez em que transamos, ela já levou para a minha casa Mister Green, seu parceiro de longa data. A única coisa que conseguia pensar era “meu Deus, penetração e sexo oral ao mesmo tempo é a coisa mais deliciosa do mundo, como não vivi isso antes?” Essa mulher maravilhosa se tornou minha namorada e com ela vivo o melhor relacionamento que já tive na vida.

Mister Green é um dildo pequeno, de uns 13 centímetros, que usamos durante o sexo oral, é outra sensação, diferente dos dedos. Ela também me apresentou o Mister Blue, maior e mais firme, para usar com uma cinta. Mas a verdade é que essas cintaralhos, como são popularmente conhecidas, não são bonitas nem confortáveis. A começar pelo nome… Enfim: na primeira vez que usamos achei estranho. A estética era fetichista e totalmente questionável, além disso, ver minha namorada tão maravilhosa fazendo movimentos que para mim eram coisa de homem foi esquisito. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, sabe? O.k., pode ser puro amadorismo meu. Mas tinha algo bizarro.

Foi aí que os algoritmos trabalharam a favor e conheci no Instagram Pantynova, um sex shop brasileiro que desenvolve e importa produtos eróticos para mulheres. São produtos lindos e a marca tem uma comunicação sensual e nada heteronormativa. As fundadoras, Iza, designer de moda, e Lola, artista plástica, criaram um novo tipo de cinta (que elas chamam de strap-on) com design patenteado. Parece uma calcinha normal, mas com uma abertura para encaixar o dildo. Achei feminino, delicado e perfeito para ser um brinquedinho novo, só nosso.

Sexo a gente desenvolve, adquire, adapta, aprende. Com a cinta ou a calcinha não é diferente

Escolhemos o modelo Basic Bitch, preto com uma leve transparência na bunda, e na sequência fomos para a sessão de dildos. Como já temos o Mister Blue e tamanho (no geral) não é documento, propus a ela o Alpina Rose, também de 13 centímetros, mas com uma textura diferente e num laranja glamuroso. De novo, eu não queria nada que imitasse um pau de verdade. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa – pensava eu (ainda).

A encomenda chegou num pacote gracioso e a primeira coisa que ela fez foi vestir a calcinha, ficou realmente sexy. Eu quis brincar também: vesti tudo de uma vez embaixo do vestido e fui toda engraçadinha dar uma encoxada nela. Estávamos animadas.

Na primeira vez que usei rolou uma certa expectativa. Começamos a transar e eu coloquei meu novo strap-on. Tava me achando toda descolada, mas caí no riso quando deitei em cima dela e tentei fazer movimentos com o quadril aos quais eu não estava nem um pouco habituada. Trocamos as posições e ela usou em mim. Ela curte bem mais esse papel e tem mais experiência no assunto. Mas acontece que não foi tão bom quanto eu esperava. O.k. Testaremos uma segunda vez.

Num outro dia, pegamos a cinta novamente e… também rolou uma certa frustração. Os dildos pequenos que me desculpem, mas um tamanho avantajado faz toda a diferença para uma penetração mais firme e com naturalidade. A calcinha-cinta é linda, funciona e não tem nem a estética e nem o incômodo do couro. Mas para uma penetração gostosa acho que é mesmo necessário alguns centímetros a mais.

Outro ponto importante é a prática. Não dá pra achar que vc vai vestir uma cinta e sair comendo sua namorada deliciosamente por aí. Sexo a gente desenvolve, adquire, adapta, aprende. Com a cinta ou a calcinha não é diferente. Vou precisar me dedicar ao assunto.

Antes que eu caísse no riso (frustrado), desencanei do strap-on e usei o dildo laranja no sexo oral. Aí sim, super funcionou. Como é bom a gente fazer o sabe. ‘-)

 

1 Comentários

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Uma resposta para “Tamanho é documento: testamos a cinta com dildo”

  1. Carol lemos disse:

    Que texto mais heteronormativo ! Entender o dildo como um acessório! Achei que deram tanta importância para tamanho mas não entenderam o quao libertador é transar com um dildo que não se parece com pênis realístico acompanhado de bolas ! Melhorem esse pensamento!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *