Uma diretora de cinema para cada país da Copa 2018  | Grupo E

Conheça realizadoras de Brasil, Costa Rica, Sérvia e Suíça

21.06.2018  |  Por: Ligia Maciel Ferraz

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Uma diretora de cinema para cada país da Copa 2018  | Grupo E

Continuando a série que apresenta diretoras mulheres de cada país dos grupos da Copa do Mundo, seguem os nomes do Grupo E.

Brasil

 

 

Juliana Rojas nasceu em Campinas, São Paulo, e se formou em cinema pela Escola de Comunicação e Artes da USP.

A premiada cineasta costuma trabalhar elementos do horror e do fantástico para representar o cotidiano, geralmente com foco em protagonistas mulheres e em temas como a maternidade, a mulher no mercado de trabalho e o corpo feminino.

Diretora de diversos curtas, vale destacar O Lençol Branco (2004), sobre uma mãe que precisa enfrentar a morte de seu bebê recém-nascido; Um Ramo (2007), que conta a história de uma mulher que percebe uma pequena folha nascendo em seu braço; e O Duplo (2012), disponível aqui em Hysteria, sobre uma professora atormentada após ver seu duplo na escola onde trabalha.

Junto com Marco Dutra, co-dirigiu e co-escreveu Trabalhar Cansa (2011), exibido na mostra Un Certain Regard no Festival de Cannes, e repetiu a parceria no seu mais recente longa, As Boas Maneiras (2017), filme sobre Clara, uma solitária enfermeira da periferia de São Paulo contratada pela misteriosa Ana para ser babá de seu filho que está para nascer. Vencedor de 22 prêmios, incluindo o de Melhor Filme no Festival do Rio e o Prêmio Especial do Júri no Festival Internacional de Cinema de Locarno, o filme está em cartaz em diversos cinemas do Brasil. Confira aqui se é possível assistir na sua cidade.

Costa Rica

 

 

Paz Fábrega nasceu em San José, na Costa Rica. Estudou fotografia e jornalismo antes de entrar na Escola de Cinema de Londres.

Seus filmes costumam explorar a solidão e a vulnerabilidade da juventude da Costa Rica. Diretora e roteirista de Agua Fria de Mar (2010), seu longa de estreia premiado no Festival Internacional de Cinema de Roterdã, na Holanda, recebeu um dos prêmios mais importantes que a Costa Rica já teve. Paz Fábrega foi produtora de Medea (2017), dirigido pela também costarriquenha Alexandra Latishev Salazar.

Para o The Hollywood Reporter, o roteiro de seu último filme, Viaje (2015), demonstra um tipo de narrativa feminista em que é evidente que homens e mulheres participam igualmente da vida social e são colegas de uma maneira que é incomum em romances dirigidos por homens jovens.

Sérvia

 

 

Mila Turajlic nasceu em Belgrado, na Sérvia. Estudou na Faculdade de Artes Dramáticas na Universidade de Belgrado e também Ciências Políticas na Escola de Economia de Londres, para então se especializar em documentário na escola de cinema La Fémis, em Paris, e obter Phd pela Universidade de Westminster.

Cinema Komunisto (2010) foi seu documentário de estreia. O premiado filme examina como o cinema era usado na Iugoslávia para moldar uma identidade nacional. Seu segundo documentário, The Other Side of Everything (2017), teve como ponto de partida a história da própria família, que tem uma porta na sala trancada há 70 anos. Ela explora como a política moldou a vida das pessoas ao longo de três gerações. É possível assistir a trechos de ambos os documentários em seu canal no Vimeo.

Em entrevista ao Women and Hollywood, ela diz considerar Os Catadores e Eu (2000), de Agnès Varda, seu filme favorito, pois foi o filme que a fez perceber que o documentário era a linguagem através da qual ela queria se envolver com o mundo. Quando perguntada sobre que conselho daria para outras diretoras, respondeu:

“Eu sei que ser diretora feminina às vezes pode significar uma luta maior para se afirmar, mas minha estratégia, na verdade, tem sido o oposto disso. Acho que consigo ir mais longe quando não tenho nenhum problema em deixar as pessoas me subestimarem e, crucialmente, em deixar que elas decidam que sou um pouco louca  —  é quando elas tendem a sair do meu caminho e me deixam fazer o que eu quero.”

Suíça

 

 

Petra Volpe nasceu em Suhr, Argóvia, na Suíça e estudou na Academia de Cinema Konrad Wolf, na Alemanha.

Diretora de curtas e séries para TV, seu longa de estreia, o premiado Dreamland (2013), segue a jornada de Mia, uma búlgara de 18 anos que vai morar na Suíça e se vê obrigada a se prostituir. Foi também roteirista de Heidi (2015), considerado o filme suíço de maior sucesso internacional.

Seu último lançamento foi Mulheres Divinas (2017), o premiado filme que conta a história de um grupo de mulheres de Appenzell, na Suíça, lutando contra o sexismo e pelo sufrágio feminino em 1971.

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