Uma diretora de cinema para cada país da Copa 2018  | Grupo A

Conheça realizadoras de Arábia Saudita, Egito, Rússia e Uruguai

14.06.2018  |  Por: Ligia Maciel Ferraz

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Uma diretora de cinema para cada país da Copa 2018  | Grupo A

Já que a partir desta semana os olhos se voltam para os 32 países participantes da Copa do Mundo de 2018, aproveito o hype para falar de 32 cineastas do cinema mundial. Serão oito textos no total, apresentando quatro diretoras de cinema dos quatro países de cada chave da fase de grupos. A seguir, quatro minas do Grupo A:

 

Arábia Saudita


Haifaa Al-Mansour é a primeira cineasta da Arábia Saudita e uma das mais importantes do país. Em 1997 se formou em Literatura pela Universidade Americana do Cairo e completou seu Mestrado em Estudos de Cinema na Universidade de Sidney.

Na Arábia Saudita é louvada ao mesmo tempo que vilanizada por encorajar a discussão de tópicos geralmente considerados tabus como a intolerância religiosa, e por expor a necessidade dos sauditas de terem um olhar crítico sobre sua tradicional e restritiva cultura.

Vencedor de 22 prêmios, seu trabalho mais relevante é O Sonho de Wadjda (2012). Foi ele o primeiro filme a ser inteiramente filmado na Arábia Saudita e com o qual, pela primeira vez, o país tentou a entrada no Oscar para concorrer ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Seu último filme lançado é Mary Shelley (2017), sobre o relacionamento da escritora com Percy Shelley, que a inspirou a escrever Frankenstein.

 

Egito


 

Hala Khalil pertence à geração de cineastas independentes e comerciais do Egito que surgiram na primeira década do século XXI, a qual traz filmes que abordam a vida cotidiana das mulheres egípcias e sua libertação com a identidade dos homens, representando uma parte importante do feminismo emergente do país.

Em 1992 se formou na Escola de Cinema do Cairo, iniciando sua carreira como roteirista e diretora de curtas-metragens e documentários. Hoje seus projetos incluem também filmes de ficção e séries para a TV, atuando como cineasta e produtora executiva.

Seu filme mais recente, Nawara (2015), é sobre uma mulher que todos os dias, no caminho para o trabalho, passa entre as vielas do bairro pobre e as estradas que levam às moradias dentro de um complexo de luxo. Com esse trabalho, foi aclamada pela crítica sendo nomeada para o prêmio de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Dubai e vencendo o de Melhor Atriz para Menna Shalabi.

 

Rússia


 

Anna Melikyan nasceu em Baku, na extinta União Soviética, hoje pertencente ao Azerbaijão. De origem armênio-russa, estudou na Universidade Russa de Artes Cinematográficas (VGIK) em Moscou e hoje trabalha como diretora e produtora de cinema e televisão.

Seu filme de destaque é Sereia (2007), vencedor de sete prêmios, incluindo no Festival de Berlim e no Festival de Sundance. Leve e bem-humorado, o filme conta a história de Alisa (Mariya Shalayeva), uma garota que mora em uma pequena cidade portuária na Rússia e acredita ter o poder de realizar seus desejos.

Sereia e outros trabalhos da diretora, como os filmes About Love (2015) e Star (2014), e Behind the Scenes, estão disponíveis com legendas em inglês em seu canal do Vimeo, e podem ser acessados aqui.

 

Uruguai


 

Beatriz Flores Silva nasceu em Montevidéu, no Uruguai. Aos 26 anos se mudou para a Bélgica, onde estudou cinema e dirigiu diversos curtas.

Além de diretora, é roteirista, produtora e exerce um importante papel no desenvolvimento do cinema do Uruguai, onde fundou sua escola de cinema e criou fundos de incentivo para o cinema.

La Historia Casi Verdadeira de Pepita la Pistolera (1993), ​uma ficção baseada na investigação de um caso real pela jornalista María Urruzola, foi vencedor de diversos prêmios de festivais latino-americanos. En La Puta Vida (2001), adaptação do livro de María Urruzola O Ovo da Serpente, fez sucesso entre o público e a crítica, levando prêmios de Melhor Filme, Direção e Atriz.

 

Ligia Maciel Ferraz é escritora radicada em Atenas, na Grécia. Formada em Comunicação Social – Cinema e Vídeo pela Unisul, em Florianópolis, escreve sobre feminismo, cinema e literatura. Confira seus textos aqui 

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